Árvore, livro, filho

(crônica de Manoel Carlos Karam publicada em 12 de fevereiro de 2007)

“Cavou um buraco e lançou as sementes.
Estava plantada a árvore.
Então recolheu-se ao escritório e começou a escrever um livro.
Enquanto a árvore crescia e o livro avançava, manteve delicados encontros amorosos com a patroa.
A gravidez foi anunciada quando a árvore já tomava forma e o livro ia pelos capítulos finais.
A árvore cresceu, o livro foi terminado, o filho nasceu.
A vida passou a fazer sentido porque havia plantado uma árvore, escrito um livro e tido um filho.
A árvore para ter de onde fabricar o papel para a impressão do livro.
E o filho para que o livro tenha um leitor.”